terça-feira, 26 de julho de 2011

Eis-me aqui
Venho manso, calminho
Querendo mais que conversar
Mais que olhar
Sentir e tocar
Me perder em devaneios
Energizar cada curva
Arrepiar cada pedacinho
Sussurrar palavras
Deitar-me nesse conforto
Aliviar a dor
Perpetuar nosso amor.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Cores

Cascalho, pedra e sabão
Vendi meus olhos para pagar minha língua
E vi as coisas que perdi falando
Não paro de desenhar esses sons
Cores se misturam docemente com o ar
Bailam pássaros e borboletas
E um urubu enamora-se da mariposa
Construi a rua por qual andei
E levantei esse muro aí
Sempre lavo para não secar
Mesmo assim não sei dizer
Se aquele preto é tão cinza amarronzado
A ponto de me fazer olhar no céu

terça-feira, 15 de março de 2011

Cansei de fazer poemas

Cansei de fazer poemas
tanto porque poemas não se fazem
eles chegam assim, como do nada
se instalam na cabeça ou no coração
ai depois você os passa para o papel
e eles dizem algo sobre algo
que muitas vezes você nem sente mais
ou até sente demais
então eles deixam esse gostinho
de coisa que aconteceu acontecendo
sem ter meio ou fim
mas sempre no começo

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Que tenras trevas guardas em teu rubro meio?
Será falta, desespero, esperança ou paz?
Compursca cada canto, sufoca-te os brios
Venenos tão melífluos, convidativos ao festim
Dando-lhe a mais pura infusão de lascívia
Saciando-te de tão malignos desejos
Despertando-te obscuros lampejos
Impiamente sentimentais
Que tenras trevas guardas em teu rubro meio?