segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Lágrima

Desce uma lágrima sobre minha face
Escorrendo tal qual véu em núpcias
Lava a cada centímetro uma vergonha
Uma dor ou um sorriso
E continua descendo
Talvez brote mais outra
Ali no cantinho, tímida
Sem perceber cessa a primeira
Traçando um arco nessa planície rosada
Corada de desejo e agonia

domingo, 13 de setembro de 2009

A essa altura, o que mais pode acontecer?
É tudo pequeno, espaçoso, grande
Vai e vem, leva aquilo que vos prende
É como entender que cada porção
Faz parte de um todo muito menor
Não havendo reação, chega a desatar
Abrandar o vazio que sente
Ficando meio estático, sereno
Aquela tempestuosa sensação de tranquilidade
Donde descobre-se o turbilhão
Chegando bem devagar, abrindo em sua volta

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Preste atenção, respire bem fundo
Fuuu... Fuuu...
Inspire devagar
Ahh... Ahh...
Não tem como abrandar isso
É estranho, lascivo, doentio
Parte dor, parte alívio
Turbilha no meio um bocado de coisas
Talvez se fossemos mais intímos
Mais distantes, deixassemos de lado as diferenças
Eram tantas que dava pra enumerar em cetim
Contas de um colar emaranho em volta de nós
Prendendo e relaxando
Orgulho não se rende
Mais sinto orgulho de ser assim
Se fosse diferente, talvez fosse tão parecido como os outros
Mas deixe para lá, um dia quem sabe
Até lá, rodo e vôo
Enfim, gosto disso.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Pinheiro

Foi quando eu parei, não via mais nada.
Tive que interromper, não era mais eu.
O sangue escorria pelas minhas mãos.
Descia bem lentamente, vicosamente na lâmina.
Debaixo de meus pés, um lamaçal rubro.
Uma orelha, um dedo.
Se percorresse os olhos pelo campo, cabeças e membros.
Troncos de ambos os tipos, ali deitavam.
Eu era morte.
Foi então que parei. Ainda havia outros.
E eles não paravam.
Triste é o fim, um doce alívio.
Mas não queria encerrar.
Entenda, eu tive que parar.
Ao lado de setenta.
Exausto, fui caminhando.
Começou uma fina chuva, cansativa.
Não lavava nada. Chorava de fato.
Eu tive que parar.
Mas não pude.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Alguns poeminhas curtos

Segue alguns poeminhas curtos meus, alguns inspirados nos hai-kais (mas não são creio eu), outros apenas um devaneio que tive em algum momento em que estava com lápis e papel.

Ainda irão chegar

Amar, sorrir, sofrer, mudar, tudo isso de uma só vez...
Dançar, cantar, cair, machucar, no mesmo momento e lugar...
Aos momentos de reflexão, até a mudança já esperada...
Momentos felizes, momentos tristes...
Momentos para mudar...
Dias que ainda irão chegar...

Amor

Amar e sofrer
Exite modo de amar sem sofrer?
Ou você sofre por amar?


Ciclo

Chuva que traz a paz
Trovão que traz a dor
Flores que nascem na primavera
Para morrerem no outono



sábado, 6 de junho de 2009

Viver

A vida é vida
É assim que ela é
Vida, água, céu e cor
Daquela água eu tiro o vinho
Daquele céu o meu caminho
Daquela cor a minha dor
Mas da minha vida
Nada mais me tira
Porque a vida é assim
Como o céu colorido
e a água no mar
Ou então a dor de caminhar
Mas viver é um verbo
E vida? Será?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Um pouco de explicações

Bom nã posso mais usar meu antigo blog, isso porque a Globo começou a cobrar pelo serviço de blog dela, ou seja, foda-se.

Enfim, irei postar meus antigos poemas e textos literários aqui.

Esse é meu primeiro poema, escrevi ele não sei porque, perdeu-se em minhas memórias, mas o curioso é que relendo-o, senti um pouco de orgulho, isso porque eu era ainda mais imaturo do que sou hoje - é nunca irei crescer segundo alguns. Mas enfim, espero que gostem.

O resto publico quando der.

Sem mais.

Galahad

Anda, Sir Galahad, pelos bosques
Anda Sir Galahad, pelos campos
Anda e não o achas
Procuras, mas não o encontra
O Graal o espera, onde seu avô padece

Um castelo, lá mora um velho rei
Um castelo, lá encontrará o que buscas
O castelo, onde mora o Rei Pescador
Sir Percival, ali está seu verdadeiro amor

A chegada, a surpresa, a tensão
"Sir Galahad, sou eu, seu avô"
"Pai de Elene, sua mãe, erga-se Puro"
"Avô, onde está o Graal?"
"O Graal está aqui, e com você"

Então ajoelhado, com as mãos no peito
Galahad vê a proscissão do Graal
Três Damas, a Dama da Lança, A Dama do Castiçal
e por Ultimo a Dama do Graal seguida por um Rei
"Galahad, és o puro entre os puros" diz Cristo

Maravilhado pela visão do Rei dos Reis
Galahad falece puro, Sir Percival encontra seu amor
O Graal agora volta para seu lugar
Sir Lancelot é consagrado o mais bravo com lágrimas nos olhos...